quinta-feira, 25 de março de 2010

O Prazer do Trágico.



Passando por algumas prateleiras da Biblioteca Central da UFPA a procura de um livro de Semiótica, me deparei com algo bem interessante "Estética Teatral" que tinha uma breve passagem por Santo Agostinho, homem que foi muito importante em áreas como filosofia e tal qual os gregos também contribuiu para algumas ideias da ciência que hoje se chama Semiologia, fundada 'em tese' por Ferdinand de Saussure no século XIX.
Mas, como meu interesse no momento não é semiótica, (apesar de estudar isso quase toda semana) e sim o que li no livro que falava algo sobre Santo Agostinho e que no mesmo instante relacionei com a aula que eu tivera na segunda-feira dia, 22 de março, com a Wlad, no qual ela pedira para colocar-nos em cena e falar basicamente duas coisas: Dizer quem você é? e O que você sabe sobre teatro?
Então, a partir daí inicio o texto de Santo Agostinho:

O Pazer do Trágico
"Tinha também, ao mesmo tempo, uma paixão violenta pelos espetáculos do Teatro, que estavam cheios das imagens das minhas misérias, e das chamas amorosas que alimentavam o fogo que me devorava. Mas qual é o motivo que faz com que os homens aí acorram com tanto ardor, e que queiram experimentar a tristeza olhando coisas funestas e trágicas que, apesar de tudo, não quereriam sofrer?
Porque os espectadores querem sentir a dor, e essa dor é o seu prazer.
Qual o motivo senão uma loucura miserável, pois somos tanto mais comovidos por essas aventuras poéticas quanto menos curados daquelas paixões, apesar de apelidarem de miséria o mal que sofrem na sua pessoa, e misericórdia a compaixão que têm das infelicidades dos outros.[...] Que convidado fica tanto mais satisfeito com os atores quanto mais eles o comoveram com pena e aflição; e que se estes sujeitos trágicos, com as suas infelicidades verdadeiras ou supostas, são representados com tão pouca graça e indústria que não o afligem, sai desgostado e irritado com os atores. Que se pelo contrário, for tocado com a dor, fica atento e chora, experimentando, ao mesmo tempo, o prazer e as lágrimas. Mas dado que todos os homens naturalmente desejam alegrar-se, como podem gostar dessas lágrimas e dessas dores? Não será que, ainda que o homem não sinta prazer pela miséria, no entanto ele sinta prazer a ser tocado pela misericórdia? e que, dado que não pode experimentar esse movimento da alma sem experimentar a dor, aconteça que, por uma consequência necessária, ele acarinhe e goste dessas dores?"

É algo muito interessante para se discutir...
Que por conseguinte, ao texto e ao exercício passado pela professora, acabei extraindo um mote, o meu mote: retirar uma palavra ou uma frase que mais teve destaque de cada pessoa que se colocou em cena para saber o resultado.
- Renan (dinâmico)
- Ícaro (audaz)
- Carmem (teatro e o ser)
- Adhara (a mais nova da turma)
- Kátia (viciada em atores em cena)
- Caroline (desavergonhada)
- Romário (gosto pela arte no corpo)
- Paulo (teatro não se faz só)
- Rafael (teatro é amor)
- Leandro (Satanás!)
- Wallace (cenógrafo por acaso)
- Ives (Sou um Psicopata!)
- Maira (adora uma briga)
- Deivison (fazer-teatral)
- Maurício (sofre preconceito por fazer teatro)
- Felipe (cametaense)
- Caio (garoto super nervoso)
- Ramon (impulsivo)
- Patrícia (se cobra muito)
- Regiane (fala pouco)
- Jean (faltou um pingo de gozada do pai)
- Silvano (educação como ato político)
- Marckson (teatro é para todos até para os gays)
- Rose (menina que anda desencaixada)

Gostaram?
Espero que ninguém se ofenda com os adjetivos, foram todos retirados com base na aula.

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